Domingo, dia 31 de Maio de 2009
Acordei já a Helena tinha saído, mas dei por isso. Pedi-lhe que fechasse um pouco mais a portada, porque o sol estava a entrar e não me deixava estar a sós com os meus botões, mais um soninho bom.
Tinha já as ordens dadas pela capataz cá da casa, acabar o encaixe do telhado para o ar condicionado e fazer a pequena mesa para colocar o aparelho em cima, tudo isto no sótão, claro.
Olhei para o relógio, já passava das 10H30, já tinha passeado o Bóris, mãos à obra. Abri a garagem, seleccionada a madeira, medi, tracei, cortei, lixei, encaixei, aparafusei, cansei. Mesa pronta. Rápido dito desta forma, mas vocês não sabem o trabalho que isto dá a fazer, só mesmo quem tem o gosto pela bricolage.
Levei a peça para o sótão e coloquei-a no sítio, impecável, só faltava colocar o aparelho do ar condicionado em cima e testar para ver se tinha feito alguma coisa de jeito. A Helena haveria de gostar: Oh mor, isto tá um espectáculo. Mentira, lá estou eu a pensar alto outra vez, isso só acontece aos outros, o reconhecimento, a ti não. Deixa lá, já estás habituado. Tu até costumas ir beber umas jolas com os amigos e a Maria fica em casa a coser meias ou então colocas os pés em cima da mesa e pões-te a ver televisão, futebol, claro.
Chegou rápido a hora do almoço, quando se está a fazer alguma coisa. Ouvi o relógio da sala a dar as 13H30. O vizinho preparava-se para acender o lume na churrasqueira. A roupa vai ficar a cheirar a fumo, apanhar a roupa do estendal, levá-la para o sótão.
Toca o telefone, Isabel Penteado: Como é que isso está por ai? Já começaste a fazer lume? Ainda não, estou à espera que chegue a Helena, deve estar quase, porque já são quase 14H00. Entretanto vou buscando o carvão e começar.
Começou a chegar o pessoal, que bom foi vê-los. Também chegava a minha pêssega. Cadê o Rui? Vem com a Marlene, teve uma indisposição e ela foi lá buscá-lo. Nada que uma aguinha com gás não reponha.
Chegou a Isabel com as miúdas e o NI, chegou o Paulo e a Marlene, chegou o Mário, a Bela e as crianças. O lume já estava quase. Hora de banhoca na piscina. A lotação estava esgotada, era a Xana, a Rute, a Mariana, o Martim, a Carlota, a água por fora, enfim, divertimento acima de tudo.
Mesa posta, carne no ponto, que isto é coisa para profissionais. Todos para a mesa que isto é bom é quentinho. A bela da febra, a bochecha de porco, a entremeada, a espetada, a bela da batata frita, a cervejinha, o vinho espumante tinto fresquinho que o NI não esqueceu, hum, isto estava divinal. Parecíamos formigas a caminhar para o formigueiro, “lunch time I said”, aqui impera a disciplina militar. Comemos que nos fartámos, somos uns brutos. Ainda com o palito nos dentes a tirar os pequenos bocadinhos que ficaram nos entre dentes. Tenho ali uma caixa de camarão para o rapaz Mário demonstrar como se repete uma façanha, fritá-los.
A fruta, o arroz doce da Isabel, o pudim, tava tudo a condizer.
Começou o futebol, final da taça, Porto e Paços de Ferreira. Porra p’ra isto, 10 minutos e já o Porto vence por uma bola, não há direito. Tinha que ser a dobradinha.
Brincadeira não faltava, sã convivência, espírito, respeito, nem dávamos pelo tempo passar. A alguns já a cobra atacava, vou experimentar aquela tua toalha que está ali ao sol. Mas foi sol de pouca dura. Nem sei bem porquê, mas começou a encobrir de tal forma, que tivemos de recolher a quartéis. Passámos para a parte de dentro, estava a ficar agreste.
O Mário de volta dos camarões, qual mestre gurmet, ao pé dele mais parecia um aprendiz de cozinheiro no filme do Ratatui. Munido de uma frigideira wok, acho que é assim que se chama, fez um belo de um pitéu. Fritou-se rissóis e croquetes. Depois da degustação destas coisas, uma bela de uma canja, era a cereja em cima do bolo, ficou mesmo a rematar.
Já são quase 21H30, temos de ir embora, mas praticamente tudo ficou como estava antes de começarmos, limpo, lavado e as coisas nos sítios, elas são demais, foi-lhes delegado pelas mãezinhas, ricas senhoras.
Ainda houve tempo para um café e o respectivo moscatel.
Entre bêjos e abraços, despedimo-nos e desejámos uma boa semana para todos. Foi um bocado bem passado. Façamos mais destas coisas que é disto que o meu povo gosta.
Obrigado pela vossa presença.
Ah, e a reportagem da volta domingueira? Isso não sei nada, não fui. Outro que o faça. Passa a outro e não ao mesmo. Há que dividir as tarefas, como nós fizemos aqui em casa.
Mas não há nem umas fotozitas para relembrar? Não sei, a minha máquina esteve sempre aqui comigo. Mas eu sei que há outros que têm máquina. Ah não levaram. Azarito, mas sabe bem ir ver ao blog aquilo que outros, muitas vezes fora de horas estão a fazer. Pois é.
Não critiquemos somente por criticar se nem sequer mexemos uma palha para realizar qualquer coisa, por mais insignificante que ela seja.
É muito engraçado quando já está tudo feito, pá falta isto ou falta aquilo, e tu, qual foi o teu contributo? Olhemos bem para dentro de nós e pensemos que não é fácil, apesar de nos parecer.
Temos de voltar novamente a reflectir, o que é grupo, o que é camaradagem, o que é o espírito de entre ajuda, o respeito pelo próximo, e se cada um de nós interiorizar aquilo que estou a escrever, de certeza fará de nós provavelmente pessoas melhores.
Bem, meus amigos, já são 01H16 e estou com sono. Talvez se estivesse com a memória mais fresca, depois de umas boas horitas de sono, poderia dizer estas mesmas coisas, mais airosamente, mas não basta somente dar umas palmadinhas nas costas e dizer que está tudo bem. Temos de nos conformar muitas vezes com aquilo que temos e não é tão pouco assim. Temo-nos uns aos outros, temos a amizade que nos une a todos. Não deixemos cair em saco roto tudo aquilo em que acreditamos, nos valores morais, na sã perseverança de liberdades de espírito e acreditemos que amanhã será um dia melhor, se nós quisermos porque “Querer é Poder”.
Desculpem se firo algumas susceptibilidades, mas sou mesmo assim. Bem hajam.
Cajo San em pequenos desabafos.
Muito bom mesmo!!!
ResponderEliminarNão encontro palavras para descrever o que li,de facto tenho em casa um grande escritor" Meu Marido",se o José Eduardo Moniz descobre esta veia poetica,não sei não.
ResponderEliminarEm relação á volta de domingo " passeio até ás atenas" foi espetacular, é claro que não vou esquecer, pois há uns tempos a trás não imaginava que pode-se chegar lá.
Quero agradecer ao Ni, Paulo Alex,Rui,Mário San,Nelson toda a força, ajuda, incentivo para que o passeio fosse superado.
Em vários momentos quase tive para desistir e achava que não conseguia chegar ás atenas mas como o lema dos PAPA TRILHOS é" ninguém fica para trás", e porque a união faz a força , todos juntos chegámos ao cimo. Só posso dizer muito obrigado.... a vista é faaantástica
Boa tarde
ResponderEliminarApós leitura exaustiva da mensagem do Cajó tenho que lhe dar os parabens não só pela forma como escreve mas acima de tudo por tocar em pontos tão melindrosos para algumas pessoas
Existem de facto pessoas para quem o Grupo Papatrilhos serve para andarem nas voltas domingueiras e nas provas que vamos efctuando por esse paìs e poderem dizer aos amigos e conhecidos "HÁ E TAL EU FAÇO PARTE DUM GRUPO POIS E COISA TAL TÁS A VER" mas quando chega há hora de poderem provar que são capazes de terem ideias construtivas e fazerem algo mais do que pedalar eis que surje o seu lado menos bom "aparecem com o lado destrutivo criticando sobre praticamente tudo o que os outros POUCOS POR ACASO tentam construir de positivo" è claro que num grupo desta dimensão tem que existir divergencias mas será que não pode existir mais proactividade por parte de toda a gente no sentido de nos tornar-mos cada vez maiores e mais solidos? Por acaso já pensaram que faltam menos de 2 meses para o passeio nocturno e que todo o trabalho do mesmo está a cair nos ombros de 2 ou 3 pessoas será que elas não precisam de ajuda? será que não poderei dar o meu contributo seja braçal ou intelectual? eventualmente não poderei ter alguem amigo ou conhecido que desta ou daquela maneira possa contribuir com algo para esse passeio?
Se não der muito trabalho agradeço que passem a refletir no que está exposto
E já agora quem escreveu estas linhas foi o homem Paulo Semião e não o pedalante Mimosa San pois entre os dois existe uma grande diferença que talvez algumas pessoas já a tenham notado.