Parece que os dias de bom tempo podem estar mesmo aí, mas este argumento não foi suficientemente motivador para a raparigada. Este domingo, o género ficou-se apenas pelo masculino.
Não se pense que por serem só gajos, que a coisa andava muito.... engano... há ainda pedalantes bastante musculados na zona abdominal, pouco contributivo para manter um elevado ritmo. Ritmo alto, aqui, só mesmo o cardíaco.
Enquanto esperávamos o (lento) grupo que vinha do Parque das Lagoas, houve quem tivesse que fazer tempo, brincando com a função de Zoom. Só ainda não percebi, se houve um zoom+, ou um zoom-, já que para este senhor, há sempre um factor escala que pode provocar uma ligeira ilusão óptica. Aqui, o menino Capela entretia-se a tentar uns cavalinhos. Fica ainda o registo de algumas experimentações ao longo da voltinha, onde o próprio Capela registou a tese de que “uma bicicleta pequena é boa para fazer cavalinhos”. Agradecimento ao Pedro Felix que sacrificou a sua própria bicicleta em prole desta hipótese poder assim ser consolidada.
Desta vez, o ritual meteu apenas apertos de mão e abraços. Nada de beijinhos! Não seria adequado....
E pronto, mãos à obra, que é como quem diz, pés ao pedal, lá foi tudo entretido, a tentar ver quem é que praxava quem: Papa Trilhos aos dois rapazinhos que se juntaram a nós, ou os dois rapazinhos a praxar os Papa Trilhos? Para que não se dê azo a especulações, ficamos num empate técnico, uma vez que o perfil do grupo é permanecermos juntos, desde que começa até à chegada....
Estradita para aqui, carreirito para ali, lá se foi andando e pedalando, até batermos de frente na Branquinha. Branquinha é aquela malvada que me perseguia desde sempre, onde nunca tinha conseguido subir sem ter de pôr o pezinho no chão! E, finalmente, consegui! Já posso pôr então a cruz neste ponto de referência.
Para os leitores que não sabem o que é a branquinha, passo a explicar: É uma subida que começa a inclinar, depois tem uma cancela de controle de limite de velocidade, depois inclina ainda mais, e quando se pensa que já não é possível piorar, inclina ainda mais, e depois o pavimento começa a escorregar, ao mesmo tempo que as rodas começam a não querer andar (ufa, já estou cansado só de escrever). Depois de passar esta inclinação tonta, alivia ligeiramente com uma curva à esquerda, uma espécie de marco de referência onde muita gente começa a festejar que já está, mas enganam-se! Ainda falta bué!!! Sobe e sobe e inclina e inclina e, quando já se pensa que isto é muito inclinado, ainda vem uma parede final! Mas como é mesmo a última, e logo a seguir pára-se para descanso do pessoal, serve de factor encorajador a dar o que já não se tem.
Tenho ainda que agradecer a quem segurou a cancela para eu poder passar, o que me permitiu entrar cheio de balanço, a abrir por alí a cima.... (não vale a pena aclamar ao rigor dos factos, ok?).
Apesar de virmos de uma série de subidas, a história acabou por ditar que fizéssemos o Cai-de-Costas a descer. Já de frente para o Fio-Dental, viemos a descobrir uma versão deste percurso bem gira, porque em vários pontos, escondidos e recatados, encontravam-se pequenas pocinhas de lama, no estado bastante líquido. Boa lama, se me for permitido qualificar lama. Boa para testar a perícia mas também para salvar aqueles que precisam de chegar com a bicicleta suja ou senão fica para sempre a suspeita se foram mesmo andar de bicicleta....
O fio-dental com pequenas pocinhas de lama deixa a mesma sensação que se pode experienciar, por exemplo, aquando se deglute uma mousse de chocolate caseira, feita no próprio dia e, em pleno deliciar dos doces sabores, nos surpreendemos numas, até então escondidas, pequenas pepitas de um voluptuoso chocolate de leite.
Continuando por caminhos propícios, desfrutando de um sol brilhante, e uma temperatura bem ajustada ao conforto, lá fomos conversando e pedalando, por aí fora.
Pára-se para a foto de grupo de forma a permitir aos que retornam com a bike limpinha, a possibilidade de confirmação de onde estiveram neste domingo.
O término da volta consolida-se a celebrar a minha, finalmente, dobragem da Branquinha.
Resta saber se a vou baptizar a partir de agora como “subida da boa esperança”!
Verificaram-se aproximadamente 50Km no total, embora houvesse um ou outro que fizesse mais um bocadinho até chegar a casa.
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